Estrutura, reprodução e importância ecológica das bactérias

Estrutura das bactérias
As bactérias são seres unicelulares e anucleados, pertencentes a Divisão Prokarya. A parte mais externa de sua estrutura é a cápsula bacteriana, feita de proteínas, açúcares e água. Ela protege a célula contra possíveis ataques por fagocitose eucariótica, impede a desidratação e define o fator de virulência do ser.
A parede celular se encontra logo após a cápsula, indo no sentido exterior-interior. Ela é responsável pela forma, rigidez e defesa da bactéria, sendo composta por peptideoglicano - no caso das eubacterias - ou pseudopeptideoglicano - no caso das archeabacteria. A parede mostra-se um conjunto de camadas sobrepostas que filtram as substâncias que entram e saem do indivíduo, além de ter as funções que foram citadas anteriormente.
Seguindo o sentido exterior-interior, há a membrana plasmática. Ela segue o Modelo do Mosaico Fluido, com uma bicamada lipídica e proteínas espalhadas por ela, que restringem diretamente a entrada de moléculas na bactéria. Na parte de dentro da membrana, existem enzimas que auxiliam na respiração celular.
O organismo possui, no citoplasma, organelas mergulhadas no citosol, assim como possuem os eucariontes. Há a presença de ribossomos, que realizam a síntese de proteína; cloroplastos, que fazem a fotossíntese (mas apenas em algumas bactérias específicas, como as cianobactérias); por fim, há o nucleóide, que "comanda" a célula. O nucleóide é a junção de uma invaginação da membrana plasmática, chamada de mesossomo, com o DNA circular, sendo que as arqueias têm um mais desenvolvido, se assemelhando com o retículo endoplasmático eucariótico.
A movimentação das bactérias ocorre por meio de flagelos ou fímbrias, que se originam a partir da membrana plasmática. Entre as fímbrias, há aquelas que são sexuais, chamadas de pili. Elas são mais extensas e possuem uma abertura em seu interior, para que o material genético possa ser trocado com um semelhante.
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Fonte: http://tudodeconcursosevestibulares.blogspot.com/2013/01/bacterias-questoes-vestibular.html

Reprodução das bactérias
A reprodução mais comum nas bactérias é a assexuada por bipartição ou cissiparidade. Nela ocorre a duplicação do DNA bacteriano e uma posterior divisão em duas células. As bactérias multiplicam-se por este processo muito rapidamente quando dispõem de condições favoráveis, duplicando-se a cada 20 minutos. Diferentemente da reprodução celular mitótica, a bipartição não é categorizada como mitose, visto que não atende os requisitos das etapas desse processo.

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Fonte: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/monera2.php
Outro exemplo de reprodução assexuada é a esporulação. Algumas espécies de bactérias originam, sob certas condições ambientais, estruturas resistentes denominadas esporos. A célula que origina o esporo se desidrata, forma uma parede grossa e sua atividade metabólica torna-se muito reduzida. Certos esporos são capazes de se manter em estado de dormência por dezenas de anos. Ao encontrar um ambiente adequado, o esporo se reidrata e origina uma bactéria ativa, que passa a se reproduzir por divisão binária.
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Fonte: http://bloggiologia.blogspot.com/2012/08/reino-monera.html

Para as bactérias, considera-se reprodução sexuada qualquer processo de transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra. Depois de transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina com o da receptora, produzindo cromossomos com novas misturas de genes. Esses cromossomos recombinados serão transmitidos às células-filhas quando a bactéria se dividir. A transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer de três maneiras: por transformação, transdução e por conjugação.
Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio e são incorporados à cromatina. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de bactérias mortas. Esse processo ocorre espontaneamente na natureza.
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Fonte: https://djalmasantos.wordpress.com/2014/03/10/transformacao-bacteriana/

Na transdução, moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como vetores bacteriófagos. Esses, ao se montar dentro das bactérias, podem eventualmente incluir pedaços de DNA da bactéria que serviu como hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o vírus que leva o DNA bacteriano o transfere junto com o seu. Se a bactéria sobreviver à infecção viral, pode passar a incluir os genes de outra semelhante em seu genoma.
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Fonte:https://djalmasantos.wordpress.com/2014/05/03/transducao-bacteriana/

Na conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam diretamente de uma bactéria doadora, o "macho", para uma receptora, a "fêmea". Isso acontece através de microscópicos tubos proteicos, chamados pili, que as bactérias "macho" possuem em sua superfície. O fragmento de DNA transferido se recombina com o cromossomo da bactéria "fêmea", produzindo novas misturas genéticas, que serão transmitidas às células-filhas na próxima divisão celular.
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Fonte: https://www.infoescola.com/reino-monera/desenvolvimento-e-reproducao-das-bacterias/


Importância ecológica das bactérias
As bactérias são seres muito importantes para a preservação do ecossistema. Algumas delas vivem em mutualismo no interior de outros organis­mos, ocasionando em uma relação ecológica que beneficia tanto esses indivíduos procariontes quanto os hospedeiros. Um exemplo disso são as bactérias que vivem no intestino humano e que produzem a vitamina K. Essa vitamina é absorvida e aproveitada pelo corpo humano, participando dos mecanismos de coagulação do sangue. Há também colônias de bactérias intestinais que ajudam na formação das fezes.
Existem aquelas que vivem no solo e na água, atuando como decompositoras. Juntamente com os fungos, são responsáveis pela decomposição e reciclagem de matéria orgânica nos diferentes ambientes. Caso não existissem, o planeta estaria repleto de corpos empilhados, apresentando uma forma física exatamente igual a do momento de sua morte, pois não haveria nenhum agente que pudesse destruir e distribuir as moléculas para organismos produtores.
Além disso, há bactérias que conseguem degradar óleos, sendo usadas para limpar a água em situações em que ocorrem acidentes com navios petroleiros que deixam vazar petróleo no mar. Também são utilizadas em estações de tratamento de esgoto. Elas são colocadas em grandes tanques com colônias bacterianas, chamados de biodigestores, onde acontece a degradação de diversos compostos, permitindo a limpeza da água.
Algumas espécies de bactérias podem incorporar o gás nitrogênio presente no ar atmosférico. Embora esse seja o gás que existe em maior concentração no ar, ele não pode ser aproveitado pela maioria dos seres vivos, exceto por certos indivíduos bacterianos, como as cianobactérias. Esses micro-organismos fixam o gás nitrogênio e o transformam em substâncias nitrogenadas que as plantas podem absorver e utilizar na síntese de proteínas. Ao ingerir as plantas, os animais digerem tais proteínas e usam os produtos dessa digestão para síntese de outras proteínas. Desse modo, portanto, o nitrogênio do ar, que foi incorporado pelas bactérias, pode ser usado pelos demais organismos. 

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Fonte: https://planetabiologia.com/wp-content/uploads/2015/09/baterias-fixadoras-de-nitrogenio.jpg

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